"MAQUIAGEM É A LINGUAGEM EM QUE EXPLORAMOS NOSSA PRÓPRIA POESIA"

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MAQUIAGEM NO TEMPO...

Antes de se transformar em um instrumento de valorização da beleza feminina, a maquiagem - que vem do termo francês se maquiller, que significa pintar o rosto - teve funções bem interessantes. Há muitos mil anos, antes de Cristo, os sumérios, da antiga região da Mesopotâmia (Ásia), passavam o kohl, um tipo de carvão, ao redor dos olhos para proteger a região de picadas de insetos e dos raios solares.

Figura 01 – egípcios usavam uma espécie de carvão para alongar e delinear os olhos

Na mesma época, os egípcios aproveitavam o kohl para alongar e delinear os olhos. Estes últimos também desenvolveram sombras esverdeadas, à base de malaquita - um mineral - e batons avermelhados, do carmim - pigmento extraído de um inseto - com o objetivo de diferenciar classes sociais e de embelezar as sacerdotisas. Surgia assim, os primeiros indícios da maquiagem facial com delineadores, sombras e batons.

Depois que os chineses inventaram o pó-de-arroz, na Idade Média, os japoneses tiveram a idéia de usá-lo para uniformizar o rosto de suas mulheres, deixando-as brancas como fantasmas. Como todas estavam iguais aparentemente, evitavam-se então, confrontos e ciumeiras entre os homens. Vindo daí o precursor do pó fácil ou pó compacto atuais.
Figura 02 - As japonesas pintavam o rosto para evitar brigas
entre os maridos ciumentos
Enquanto isso, no ocidente, maquiagem era sinônimo de pecado, de ligação com o demônio, porque incitava ao sexo. Maquiar o rosto cabia somente às prostitutas.
Com o passar do tempo, o conceito de maquiagem foi modificando. No século XX, ela já não servia de proteção contra o sol, nem privilegiava a nobreza. A partir da década de 20, a maquiagem passou a cumprir o papel de embelezar a mulher. As melindrosas realçavam os olhos com tons escuros e pintavam boquinhas em forma de coração. As divas do cinema Marlene Dietrich e Greta Garbo arrasavam corações nos anos 30 com as sobrancelhas finíssimas e os olhos esfumaçados em preto.


Figura 03 – Bette Davis: olhos suavemente esfumaçados

Nos anos 40, surge o primeiro maquiador oficial do cinema, Max Factor, que, além de ter criado o pancake, suavizou os olhos esfumaçados, como mostram os olhos da atriz Bette Davis, definindo os traços naturais e deixando-a mais feminina.
Feminina como a inesquecível Marilyn Monroe, que marcou a década de 50 e enlouqueceu os homens com sua boca vermelha e sua pele perfeita (os corretivos surgiram nessa época).


Figura 04 – Além de lindíssima, Marilyn Monroe teve sorte:
na sua época já existiam corretivos e pancakes

As décadas de 60 e 70 foram caracterizadas pela liberdade de expressão e pelo exagero, as top models da época, Twigy e Veruska, ditaram a moda com delineadores, com cílios postiços e com sombras de várias cores.

Figura 05 – A modelo Twigy exagerava na década de 70,
usando muito delineador e cílios postiços

Na década de 80 a moda dividiu-se. De um lado, mulheres super maquiadas, com blush marcado, e de outro mulheres com maquiagem clean, acompanhando a tendência do culto ao corpo e da valorização do natural.

O fim do século é marcado pelo minimalismo. Depois da explosão das cores, a moda voltou-se para um visual mais limpo e natural. A maquiagem apenas realçava alguns pontos e as cores eram neutras e sem brilho. Tecnologia e técnica ensinaram as mulheres a valorizar sua própria beleza.
A busca atual é por uma beleza completa que
combine estética e atitude.
Vivemos um período de liberdade de estilos.
O desafio é fugir dos estereótipos e
encontrar novas referências,
que reflitam a imagem que cada
mulher faz de si.
É a valorização do
autoconhecimento
e, ao mesmo tempo, da convivência harmônica
com todas as culturas no mundo.

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